Foi ontem, quinta-feira, que fui ver, com o meu Mano, o concerto de Maria de Medeiros, com "Peninsulas e Continentes", no Auditório de Gaia.
Devo dizer que estava um pouco receoso de a ouvir, pois nunca a tinha ouvido antes, enquanto cantora, mas no final do concerto, só tenho a dizer que: ELA É BOSSA NOVA, ELA É JAZZ, ELA É POP-ROCK, ELA É SIMPLESMENTE: FAN-TÁS-TI-CA. Sim, fiquei rendido à sua voz. Vale mesmo a pena ouvi-la :)
No passado dia 16 (Terça-feira) fui ver Caetano Veloso no Coliseu do Porto na apresentação do seu novo trabalho "Cê".
Só os desatentos ou os optimistas inveterados que esperavam que o espectáculo de Caetano Veloso, anteontem à noite no Coliseu do Porto, fosse no registo intimista de voz e violão é que saíram desiludidos do espectáculo. Os outros, os que aguardavam com ansiedade a mais recente fase de rebeldia do artista, comprovaram que "Cê" é um disco mutante, que ganha ainda mais intensidade em palco.
Quando o baiano entrou em palco a cantar "Outro", música que abre"Cê", a ovação foi gigantesca. Mesmo que se estranhasse o som destorcido da guitarra eléctrica.
Sobrevoado por um cenário minimalista, de varas suspensas e linhas de corda iluminadas, Caetano encarnou o espírito jovem do resto da banda - Pedro Sá (guitarra), Marcello Calado (percussão) e Ricardo Dias Gomes (baixo eteclas) - e provou que aos 65 anos é um dos raros artistas brasileiros que se atrevem a ultrapassar o próprio génio.
Caetano não se intimidou e cantou quase a totalidade do novo disco, contagiando a plateia com um inegável prazer que reinventou em palco.
"Cê" é um disco polémico, feito de escancaradas provocações, como a repetição frenética de "estou-me a vir", de "Porquê?", ou os versos de "Homem", onde o músico diz "Não tenho inveja da maternidade, nem da menstruação, só tenho inveja da longevidade e dos orgasmos múltiplos".
Sozinho em palco, interpretou "Coração vagabundo" e "Cucurrucucu Paloma".Mas não voltaria a repetir o espectáculo que deu no ano passado no Centro Cultural de Belém. E ainda bem. Porque de outra forma não tinha dado roupagem nova a velhos clássicos como fez em "Desde que o samba é samba".
Foram mais de 23 músicas, onde o músico foi coroado quando o público cantou em uníssono uma nova "Odeio você". "É impressionante! Como é maravilhoso voltar aqui. É de uma beleza ímpar", confessou Caetano.
Quando se despediu com "Rocks" já ninguém tinha dúvidas de que é este o género de música que faz, de momento, ferver o sangue do baiano.Prender-lhe o talento a músicas aguardadas, como "Sozinho", é acto de puro egoísmo.
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